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ESPORTE

‘Mais Que Vencedores’: projeto ajuda a transformar a vida de jovens por meio do esporte

O projeto tem o objetivo de tirar crianças e adolescentes das ruas e fazer um cidadão de bem, tanto na vida esportiva como na profissional

Manaus é repleta de pessoas talentosas e esportistas, e muitas delas estão apenas à espera de uma oportunidade para colocar em prática suas habilidades ou até mesmo para desenvolvê-las. Muitos não têm condições de pagar por aulas ou professores particulares para praticar algum esporte, e foi com esse intuito que os projetos sociais nasceram para que o esporte seja acessível a todos. 

Um dos projetos sociais que ajudam a fomentar o esporte, em especial luta livre esportiva e jiu-jítsu, na cidade é o ‘Projeto Mais que Vencedores’, dos professores Rubenita Gonçalves e Charlie Falcony. O projeto tem o objetivo de tirar crianças e adolescentes das ruas e fazer um cidadão de bem, tanto na vida esportiva como na profissional.

Professores Rubenita Gonçalves e Charlie Falcony

Para o mestre e professor Charlie, a ideia do projeto é melhorar a vida de crianças e adolescentes e quem sabe apresentar o novo sucesso do esporte. Além disso, visa fortalecer a prática do exercício físico na vida dessas pessoas.  

“Esse é um projeto que acontece há cinco anos e agora estamos trazendo para o bairro do São Jorge. As pessoas que atendem são mestres-professores que doam um pouco do seu tempo pra dá aula pra eles, crianças e jovens que podem ter sua vida transformada pelo esporte”, explicou. 

Projeto

O projeto foi criado em 2018 e é realizado em dois bairros da cidade, Parque Residencial Manaus Prosamim, no Centro, e rua Brasil, no bairro São Jorge, Zona Oeste da capital. Para a mestra e fundadora do projeto Rubenita Gonçalves, o que começou pequeno se transforma aos poucos em uma grande esperança para o futuro dos jovens.  

“O ‘Mais que vencedores’ começou com o simples objetivo, que era tirar os jovens da rua e apresentar o esporte e agora eu vejo muito potencial na juventude que pratica aqui comigo. Meu objetivo agora é torná-los campeões mundial”, disse. 

A mestre relatou também que é um projeto totalmente voluntário e que toda ajuda é bem-vinda, o que não pode é deixar o projeto ser esquecido ou acabar. 

“A população pode nos ajudar como quiser, com equipamentos, com divulgação, de modo que nos ajude a não deixar o projeto morrer. Espero que a cada dia esse projeto seja bem destacado e continue buscando novos atletas, quero que eles sejam reconhecidos mundialmente, sei que é difícil mas só vou aquietar quando fizer deles campeões Mundiais”, finalizou a mestra.

Hoje o projeto atende 70 alunos, entre homens e mulheres, e um desses jovens é o aluno Lucas Soares, de 18 anos, que participa do projeto desde de 2020. Lucas relata que o esporte melhorou sua vida e ajudou no seu comportamento, além de torná-lo uma pessoa mais saudável.

“O Projeto mudou minha vida completamente. Antes de entrar no esporte eu era um garoto indisciplinado e problemático, um garoto longe de ser saudável fisicamente e mentalmente, mas depois da Luta Livre minha vida mudou. Eu comecei a evoluir como pessoa, a cuidar melhor do meu corpo, que é a principal ferramenta de trabalho dos atletas, eu ganhei mais autoestima e graças aos meus mestres e amigos de treino eu pude ir ao Rio de Janeiro onde me consagrei vice-campeão brasileiro, depois de tudo isso eu passei a enxergar a vida de outra maneira”, explicou o atleta.

O jovem pretende continuar no esporte e o vê como alternativa para melhorar a vida da família. O projeto social deu uma virada de chave na vida de Lucas e o fez perceber que tem potencial e capacidade para ser um grande atleta. 

“Hoje eu quero continuar construindo minha carreira no esporte para dar um futuro para minha família e para aqueles que fazem parte da minha vida. Ssou campeão Amazonense, vice-campeão brasileiro e multi campeão em eventos da FASUB (Federação Amazonense de Luta Livre), tudo isso vindo de um projeto social onde a realidade é muito diferente de academias de ponta. Essa virada de chave na minha vida só foi possível graças a minha Mestra Rubenita Gonçalves que abriu as portas do projeto e me acolheu como um filho, e outros mestres que me deram oportunidade. Essas pessoas acreditaram em mim desde o início e me ajudaram a ser o atleta que sou hoje”, enfatizou Lucas.

Outro jovem atendido pelo projeto é Igor Rafael, que frequenta o projeto a três anos, mas treina jiu-jitsu desde os 6. Ele relata que ao longo dos seus 18 anos conquistou vários títulos sempre com muita dificuldade, mas com apoio de amigos e mestres conseguiu alcançar grandes feitos na sua vida esportiva.

“Ao longo do tempo pude conquistar vários títulos como o brasileiro de jiu-jitsu em São Paulo, mesmo desacreditado por muitos eu tive a força de vontade de fazer feijoadas, rifas e consegui chegar no meu objetivo que era São Paulo. E não só conseguir chegar em São Paulo mas também chegar ao lugar mais alto do pódio, meu sonho continua firme e a cada dia que passa ele aumenta”, falou o lutador.

Aos 17 anos foi vítima de um assalto, onde acabou sendo feito de escudo humano e levou um tiro, que o deixou 9 meses sem treinar. Ele conta que com ajuda do projeto ele conseguiu superar o trauma do assalto e pretende seguir firme e forte nessa caminhada do esporte. 

“O projeto é importante demais pra mim porque me ajudou a vencer o medo e o trauma desse acidente. A mestra nunca desistiu de mim, mesmo distante ela sempre me mandava mensagem de apoio e pedia para eu voltar que eu tinha futuro, e acima de tudo sempre confiou no meu potencial de olhos fechados. Pretendo continuar firme e focado para cada dia que passar eu ir ganhando meu espaço na luta, o meu próximo campeonato é a copa Brasil de luta livre, que assim como em todos os campeonatos vou buscar a vitoria”, concluiu o lutador.

Caso você tenha interesse em participar ou conhecer o projeto Mais que vencedores, ele acontece na Associação dos Moradores do Prosamim Parque Residencial Manaus, avenida Igarapé de Manaus, no Parque Residencial Manaus Prosamim, bairro Centro, de segunda a sexta-feira com turmas às 15h e às 18h. E no bairro de São Jorge, rua Brasil de segunda a sexta-feira das 17hs às 18:50 e das 19hs às 21hs. 

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