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Saúde mental

Plantão Psicológico: projeto oferece atendimentos gratuitos em escolas de Manaus

A psicologia no âmbito escolar pode ajudar a prevenir transtornos ou distúrbios e a melhorar o desempenho escolar

Foto: Divulgação

Manaus (AM) – A saúde mental é um fator fundamental para o sucesso escolar. Os estudantes que apresentam problemas nesse campo têm mais dificuldade de aprender, de se concentrar e de se relacionar com os colegas. Sendo assim, a presença de profissional de psicologia no âmbito escolar pode ajudar a prevenir transtornos ou distúrbios e a melhorar o desempenho escolar.

Por isso, o projeto social “Plantão Psicológico” está oferecendo atendimentos gratuitos para estudantes da rede estadual e municipal de Manaus. O projeto é realizado desde 2022, atendendo a estudantes do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental, e do 1º ao 3º ano do Ensino Médio.

Para o professor do curso de graduação e pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal Amazonas (Ufam), Ewerton Helder Bentes, que coordena o projeto, o objetivo principal é acolher, escutar e cuidar dos alunos, docentes e pais de estudantes que procuram o serviço. Os atendimentos também visam prevenir problemas de saúde mental e promover o bem-estar dos estudantes.

“Contribuir com a saúde mental da população da capital amazonense e, futuramente, da região metropolitana de Manaus”,

Ewerton reforça o intuito do projeto.

Conforme o professor Ewerton, até o dia 15 de junho deste ano, 1.550 estudantes foram atendidos pelas equipes do projeto.

“Com os adolescentes é realizado o aconselhamento psicológico, ou seja, a escuta da demanda emergencial e a busca para que se compreenda que existe a possibilidade de construir estratégias de enfrentamento da situação vivenciada”,

explica o professor.

Conforme Ewerton, um estudante pode ser atendido até cinco vezes e, caso seja observada a necessidade de terapia, ele é encaminhado para a rede de apoio.

Principais demandas

As principais demandas registradas durante as ações nas escolas, são: cutting ou autolesão, violência doméstica, negligência familiar, abuso sexual infantil, assédio sexual, agressividade, ansiedade, questões relativas à sexualidade, configurações relacionais comprometidas, dentre outros.

“Algumas demandas que realmente nos impactaram foram, principalmente, a questão do abuso sexual e a negligência familiar que, dada a sua magnitude, imprimem marcas profundas nos adolescentes”,

disse o professor.

Ao todo, 320 alunos precisaram de acompanhamento psicológico em consultas fora das salas de aula.  Além dos estudantes, o projeto também dá assistência psicológica aos docentes das escolas onde o projeto está alocado e aos pais de alunos. Foram realizadas 480 sessões de psicoterapia com professores, gestores e pais de alunos.

“Para pais e docentes, é oferecida a psicoterapia online, com alunos dos últimos períodos em Psicologia, gratuitamente. Assim como com alunos, quando for identificada a necessidade de terapia”,

esclarece Helder.

“Os psicólogos também podem trabalhar com os professores e com os pais para criar um ambiente escolar mais positivo e para apoiar os estudantes que estão com dificuldades”, disse. 

Além das orientações, as ações englobam rodas de conversa sobre bullying, violência nas escolas, entre outros eventos.

Ideia para o projeto

Ewerton Helder explica que a ideia de oferecer os atendimentos de forma gratuita na rede de ensino pública veio após um gestor relatar a ele a imensurável quantidade de problemas que vinha enfrentando, diariamente, com os adolescentes que estavam sob sua tutela na escola.

“Foi aí que decidi elaborar o programa e apresentar na Ufam como projeto de extensão, para poder levar até eles o acompanhamento psicológico. Em 2022, iniciei como plantonista, o primeiro atendimento na escola. Daí, outros alunos, de outras faculdades, se uniram a mim, o que tem sido imprescindível para o caminhar das ações”,

relata.

A primeira unidade a receber os atendimentos psicológicos gratuitos foi a Escola Estadual Ana Neire Marques Da Silva, no Conjunto Galiléia, situado no bairro Cidade Nova, Zona Norte de Manaus. Desde então, o projeto atende cerca de 20 unidades de ensino, estaduais e municipais, em vários pontos da cidade.

*Com informações da assessoria

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