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ARTIGO DE OPINIÃO

Novembro azul: mês mundial de combate ao câncer de próstata

O câncer de próstata é o mais frequente entre os homens brasileiros depois do câncer de pele.

Cuidar da saúde é fundamental nos 365 dias do ano, porém existem alguns meses especiais dedicados a alertar a população sobre a importância de determinados cuidados à saúde. Cuidados esses, que são fundamentais na prevenção e/ou no tratamento precoce, e possível cura de várias doenças quando diagnosticadas precocemente.

Entre esses meses, novembro, é um mês dedicado a alertar sobre a importância da conscientização a respeito de doenças masculinas, especialmente a prevenção do câncer de próstata, por isso a denominação Novembro Azul. O câncer de próstata é o mais frequente entre os homens brasileiros depois do câncer de pele. É também conhecido como o câncer masculino da terceira idade, uma vez que, em 75% dos casos ocorrem em homens com mais de 65 anos.

Em 17/11 é comemorado o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata, data que deu origem ao movimento Novembro Azul, iniciado em 2003, na Austrália, e atualmente ocorre em 21 países, com o objetivo de chamar a atenção para a prevenção e o diagnóstico precoce das doenças que atingem a população masculina.

A campanha é realizada por meio de ações que objetivam promover uma mudança nos hábitos masculinos, mostrando a importância da realização de consultas e de exames de rotina, quebrando alguns preconceitos a respeito da realização de determinados exames e estimulando os homens a manterem uma rotina que promova a saúde e bem-estar.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), no Brasil, um homem morre a cada 38 minutos devido ao câncer de próstata, correspondendo a 29% dos diagnósticos de câncer no país. Além disso, estima-se 65.840 novos casos de câncer de próstata a cada ano, entre 2020 e 2022. Esse valor corresponde a um risco estimado de 62,95 casos novos a cada 100 mil homens.

Sem considerar os tumores de pele não melanoma, e considerando apenas homens o câncer de próstata ocupa a primeira posição no país em todas as Regiões brasileiras, com um risco estimado de 72,35/100 mil na Região Nordeste; de 65,29/100 mil na Região Centro-Oeste; de 63,94/100 mil na Região Sudeste; de 62,00/100 mil na Região Sul; e de 29,39/100 mil na Região Norte.

É um tipo de câncer que geralmente tem um desenvolvimento lento e assintomático. Possui como os principais fatores de risco o histórico familiar (pai, irmão e tio) de câncer de próstata, a raça, sendo que, os homens negros apresentam maior incidência deste tipo de câncer, além da fatores como sobrepeso e obesidade.

Em sua fase inicial não apresenta sintomas, e quando alguns sinais começam a aparecer, cerca de 95% dos tumores já estão em fase avançada, dificultando a cura. Na fase avançada, os principais sintomas são: dor óssea; dores ao urinar; vontade de urinar com frequência, e presença de sangue na urina e/ou no sêmen.

A única forma de garantir a sua cura é o diagnóstico precoce. Mesmo na ausência de sintomas, é recomendado que homens a partir dos 45 anos com fatores de risco, ou 50 anos sem estes fatores, devem ir ao médico para conversar sobre o exame de toque retal, o qual permite ao médico avaliar alterações da glândula, como endurecimento e presença de nódulos suspeitos,

Além disso, é importante realizar periodicamente o exame de sangue PSA (antígeno prostático específico), o qual como o próprio nome diz, mede no sangue a quantidade de uma proteína (antígeno prostático específico) produzida pela próstata. Níveis altos de PSA podem significar câncer, mas também doenças benignas da próstata, como prostatite e hiperplasia prostática benigna, por isso, a avaliação médica e o exame de toque retal são fundamentais.

Cerca de 20% dos pacientes com câncer de próstata são diagnosticados somente pela alteração no toque retal. Outros exames poderão ser solicitados se houver suspeita de câncer de próstata, como as biópsias, que retiram fragmentos da próstata para análise, guiadas pelo ultrassom transretal. Porém, o exame de toque retal e de PSA, são principais meios para detectar a doença precocemente, quando as chances de cura são maiores e os tratamentos, menos invasivos.

Contudo, a indicação da melhor forma de tratamento vai depender de vários aspectos, tais como, estado de saúde atual, estadiamento da doença e expectativa de vida. O tratamento poderá ser cirúrgico, radioterapia e/ou tratamento hormonal, sendo que o médico determinará a melhor forma de tratamento de acordo com cada caso.

Por fim, novamente frisamos a importância do autocuidado, o “Novembro Azul” é uma campanha de alerta, mas esse cuidado deve ser realizada não somente no mês de novembro, mas de forma periódica, principalmente após os 50 anos de idade. A prevenção é sempre o melhor caminho.

Euler Ribeiro MD. PhD em Geriatria e Gerontologia

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