×
Combustível

Há risco de desabastecimento de diesel no Norte e Nordeste, diz Abicom

A distância das refinarias e a defasagem dos preços para importação causam prejuízos e podem levar à falta do combustível

Divulgação

Brasília (DF) – Existe maior risco de desabastecimento de óleo diesel nas regiões Norte e Nordeste, onde a importação do combustível é mais necessária, segundo Sergio Araujo, presidente executivo da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom). A própria Petrobras reconhece esse perigo.

Em entrevista ao portal nacional, Araujo explica que essas regiões estão mais distantes das refinarias nacionais, e por isso, dependem da importação ou do combustível enviado de outras regiões do Brasil.

Na Região Norte, existe apenas uma refinaria que produz óleo diesel: Isaac Sabbá, no Amazonas. Quanto ao Nordeste, há três: Abreu e Lima, PE; Potiguar Clara Camarão, RN; e Mataripe, BA. Como comparação, apenas em São Paulo, existem quatro.

Segundo Araujo, as demandas dessas regiões não conseguem ser supridas por apenas essas refinarias.

Apesar disso, o presidente da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis), James Thorp Neto, afirma que ainda não há desabastecimento do diesel nos postos em nenhuma região. Mas há casos de “dificuldade de comprar” o combustível.

Em 25 de março, a Petrobras encaminhou documento ao Ministério de Minas e Energia (MME) e à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) com alerta de um possível desabastecimento nos próximos meses.

O Brasil importa entre 25 e 30% do diesel consumido internamente, o restante as refinarias brasileiras conseguem suprir.

Pode haver desabastecimento porque existe uma defasagem, próxima a 3%, entre o valor cobrado pelo diesel no Brasil e o valor internacional. Em 2022, a Petrobras fez três reajustes: janeiro (8,08%), março (24,9%) e maio (8,87%). Esses valores foram assimilados também para o diesel importado.

Com a defasagem, os importadores encontram empecilhos para manter as operações do abastecimento e acabam no prejuízo. Há importadores que compram o combustível internacional e “diluem” no nacional, e diminuem o prejuízo. Eles conseguem uma margem de lucro um pouco maior.

Acontece que, para os importadores regionais, essa manobra fica mais complicada. A margem para diluir a defasagem é menor e, caso compre apenas do importado, acaba no prejuízo. Desta forma, o risco de desabastecimento seria maior em algumas áreas.

Histórico

Desde antes de fevereiro, a oferta dos combustíveis, dentre eles o diesel, sofre ameaça, principalmente devido à guerra na Ucrânia, quando um dos maiores exportadores de petróleo no mundo, a Rússia, criou o conflito, o que abalou a irrigação dos combustíveis pelo globo. Além disso, antes da guerra os países já enfrentavam alta nos preços.

Durante os primeiros meses da pandemia da Covid-19, as economias se arrefeceram. Assim, a demanda por petróleo caiu e a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) reduziu a margem da produção, o que nivelou o preço que havia caído.

Com o maior controle da pandemia, devido principalmente à chegada das vacinas, a demanda por combustíveis voltou a crescer, mas os aumentos das previsões de produção dos países do cartel, os maiores exportadores no mundo, não cresceu no mesmo ritmo. O preço do petróleo e dos combustíveis derivados aumentou, consequentemente.

*Com informações do Metrópoles

Leia mais:

Recebe ligações inconvenientes? Anatel proibe telemarketing abusivo

Famílias do AM recebem benefício durante subida dos rios

Sebrae lança campanha de renegociação de dívidas

Entre na nossa comunidade no Whatsapp!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *