Câncer de Pênis Região Norte apresenta as maiores taxas de câncer de pênis do Brasil Conforme especialista, uma das principais razões para o aparecimento do câncer é a má higienização do pênis Gabriela Brasil - 11/03/2022 às 09:0010/03/2022 às 20:31 Foto: Divulgação Manaus (AM) – Apesar de ser um câncer raro, nos últimos 14 anos as amputações por câncer de pênis aumentaram cerca de 1.400% no Brasil, sendo as regiões Norte e Nordeste do país os locais que apresentam as maiores taxas da doença, segundo a Sociedade Brasileira de Oncologia. Conforme especialista, uma das principais razões para o aparecimento do câncer é a má higienização do pênis. O ápice do agravamento da doença é a amputação do pênis, cirurgia que já foi realizada por cerca de 7.213 pessoas desde 2008 no Brasil, um crescimento de 1.400%. De acordo com o urologista Flavio Antunes, os registros apontam a prevalência do câncer de pênis em homens com idades entre 45 e 50 anos. O profissional também afirma que o câncer é mais comum em países mais pobres, onde o acesso a água e outros produtos de higiene é mais difícil. Além disso, Flávio ressalta o surgimento da doença em consequência de outros fatores, como infecção por vírus e a falta do uso de preservativos durante a relação sexual. “Homens que possuem fimose, onde a pele que encobre a glande dificulta a higienização, ou possuem o HPV, podem desenvolver o câncer de pênis. Outro fator de risco é a prática sexual com diferentes parceiros sem o uso de preservativo”, disse Antunes. Pesquisa amazonense A infecção pelo Papiloma Vírus (HPV) também é um potencial indutor para o surgimento de câncer de pênis. Segundo a pesquisa “Caracterização epidemiológica dos pacientes portadores do câncer de pênis e o envolvimento dos vírus oncogênicos”, realizada por estudantes da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), em parceria com a Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), 80% da população do Amazonas ocidental manifesta infecção por hepatite B. Nesse sentido, conforme o estudo, a infecção por vírus diminui a resposta imune e potencializa doenças como HPV e, como consequência, a incidência do câncer de pênis. Para o urologista, muitas pessoas negligenciam a doença por não saberem sobre a possibilidade do surgimento de um tumor no pênis. Assim, a desinformação impossibilita o melhor tratamento para a doença. “Quando diagnosticada em estágio inicial, as chances de cura são elevadas, mas muitos pacientes demoram a procurar ajuda”, afirma Antunes. O passo inicial para o diagnóstico da doença é a retirada de uma parte da lesão, a qual passará por uma análise. Assim que a presença do tumor é confirmada, o médico passará o tratamento que vai variar conforme o grau de desenvolvimento do câncer. Prevenção Conforme o urologista Flavio Antunes, as medidas preventivas contra o câncer de pênis iniciam com a limpeza do órgão diariamente. Também orienta o uso da camisinha e a higienização após uma relação sexual e masturbação, além da realização da vacinação contra o HPV. “O câncer de pênis pode ser prevenido com medidas relativamente simples, como a higienização adequada. No entanto, se você encontrar feridas que não cicatrizam, nódulos, secreções saindo do prepúcio, uma área vermelha endurecida, sangramentos vindos da glande e coceiras, é melhor procurar imediatamente o urologista. A detecção precoce faz com que o profissional encontre o tumor numa fase inicial e, assim, possibilita maior chance de um tratamento bem-sucedido”, finalizou. Edição: Leonardo Sena Leia mais: Amputações de pênis por câncer aumentam no Brasil Workshop apresenta serviços disponibilizados pela FCecon a pacientes Nos últimos dois anos, AM não registra casos de escalpelamento, segundo a Marinha Entre na nossa comunidade no Whatsapp!