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Perdidos na Floresta Amazônica

Relembre casos recentes de pessoas perdidas na Floresta Amazônica

Nos últimos meses, casos de pessoas perdidas na selva vêm sendo frequentes no Amazonas e equipes de buscas são formadas para encontrar os desaparecidos

Foto: Reprodução

Manaus (AM) – Pela sua longa extensão e difícil acesso em alguns pontos, não é raro que pessoas fiquem perdidas na Floresta Amazônica. Nos últimos meses, os casos de pessoas perdidas na mata foram frequentes no Amazonas. Equipes de buscas, inclusive, são formadas para encontrar os desaparecidos.

Entre 2021 e 2022, seis casos de desaparecidos ao longo da extensa Floresta Amazônica ganharam destaque. O último desaparecimento, dos irmãos Glauco e Gleison, de 6 e 8 anos de idade, respectivamente, chegou ao fim nesta terça-feira (15). Os dois foram resgatados com vida após quase 30 dias desaparecidos.

O Em Tempo relembra os casos de mais destaque.

Adolescentes desaparecem na Reserva Adolpho Ducke

Foto: Divulgação

O primeiro caso da lista aconteceu em maio de 2021. Seis adolescentes desapareceram após entrarem na Reserva Florestal Adolpho Ducke, Zona Norte da capital.

De acordo com os familiares, Denilson Souza Pereira (14), Ravel Azevedo Abreu (15), Lucas Gabriel da Silva Costa (16), Kauã Henrique de Moura (17), Pedro Henrique Lopes da Silva (17) e Michael Felipe Rodrigues Lira (17) estavam jogando bola em uma quadra no bairro Cidade de Deus. Após o fim do jogo, decidiram tomar banho em um igarapé localizado dentro da Reserva.

No entanto, o grupo não conseguiu mais encontrar a saída e após 18h dentro da mata, os adolescentes conseguiram sair do local sem ferimentos graves.

Enquanto estavam na zona de mata, uma forte chuva atingiu a capital amazonense.

“A gente fez um barraquinho na hora da chuva e ficou lá. Aguentamos. Ficamos preocupados com a família, falávamos isso toda hora. Nunca mais vou entrar aí. Íamos tomar banho no segundo igarapé, mas decidimos ir para o terceiro, mas não deu mais para voltar, estava muito longe. Ficamos até a noite tentando sair, mas estava muito escuro. Caminhamos muito”,

lembra um dos perdidos.

Caçador perdido em floresta em Coari

Foto: Reprodução

Já em Coari (distante a 363 quilômetros de Manaus), Davi de Oliveira Monteiro desapareceu no dia 13 de junho de 2021, a caminho de um sítio na estrada Coari-Mamiá.

De acordo com familiares, ele informou que iria caçar, mas não retornou para casa. Após três dias desaparecido, equipes iniciaram as buscas em 16 de junho. Durante a procura, a equipe de resgate encontrou uma camiseta, além de vestígios de uma fogueira.

Após nove dias de buscas, Davi foi encontrado na mata pela equipe de resgate da Guarda Civil Municipal, na noite do dia 21 de junho, após ouvirem gritos do homem.

Ele estava sentado ao lado de uma árvore, nas proximidades da Comunidade Curiarã, no lago de Coari. Debilitado pelos dias na mata, ele foi levado ao Hospital Regional do município e recebeu alta na manhã do dia seguinte.

Menino de 11 anos desaparecido em Manacapuru

Foto: Reprodução

Em novembro do ano passado, o pequeno Gabriel Souza Chaves, de 11 anos, desapareceu em uma zona de mata da comunidade Vila Jacaré, zona rural de Manacapuru, e até o momento não foi encontrado. As buscas por ele duraram mais um pouco de 15 dias e cessaram após a ausência de indícios que pudessem levar ao paradeiro do pequeno.

De acordo com o Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM), a corporação recebeu um chamado para busca e resgate da criança em uma área de mata na comunidade do Jacaré, no município de Manacapuru, na tarde do dia 19 de novembro.

De acordo com a Polícia Civil do município, o caso era tratado como desaparecimento. No entanto, durante as investigações, a polícia teve informações que podem indicar que outra situação teria levado ao sumiço de Gabriel, envolvendo a mãe e padrasto da criança.

A delegacia solicitou mandados de prisão temporária em nome da mãe da criança e do padrasto. Eles foram presos. 

Grupo é encontrado após quatro dias perdidos

Foto: Reprodução

Um grupo de caçadores – três homens e um adolescente de 13 anos – foram encontrados após quatro dias desaparecidos em uma zona de mata da Cabeceira do Craval, em Barreirinha.

De acordo com a Defesa Civil do município, Menilson Santos (42), Renisclei Dias (40), Paulo Henrique (25), e Vitor Pinto (13) estavam desaparecidos desde quando saíram para caçar nas matas da comunidade do Tucumanduba, no Rio Andirá. Os moradores se mobilizaram para fazer as buscas do grupo.

Após intensas buscas, o grupo finalmente foi localizado por voluntários e estavam apenas tomando água. 

Desparecidos se tornam procurados em Urucará

Foto: Reprodução

Em fevereiro deste mês, caçadores que estavam desaparecidos há mais de 10 dias na mata, em Urucará, no interior do Amazonas, passaram a ser considerados suspeitos em fuga pela Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP-AM).

Equipes de busca foram enviadas para procurar pelos desaparecidos, mas descobriram que eles estavam fugindo do grupo. Um dos homens é procurado por roubo, estupro de vulnerável, furto e roubo majorado.

Os homens estavam sumidos desde o dia 7 de fevereiro, quando saíram para caçar. Segundo a polícia, eles foram identificados como Aldemir Pantoja Serrão (57), Valdemir Paes Serrão (31) e José Viana Gonçalves (29).

De acordo com os bombeiros, uma sobrinha informou sobre o desaparecimento dos três. Uma operação das forças de segurança foi montada para resgatar os homens. Inclusive, a cadela Honda, que estava participando das buscas, foi morta após entrar em confronto com uma onça no período de procura.

As equipes policiais seguiram rastros dos três homens na região, que apontaram que os perdidos tomaram cuidados para não serem localizados.

Um dos fugitivos possui sete passagens pela polícia nos municípios de Tefé e Parintins pelos crimes de roubo, estupro de vulnerável, furto e roubo majorado.

Irmãos perdidos encontrados após quase 30 dias

Foto: Reprodução

O caso mais recente foi o dos irmãos Glauco e Gleison, de 6 e 8 anos, que desapareceram no dia 18 de fevereiro, após saírem para caçar pássaros em uma zona de mata na da Comunidade Indígena Palmeira. As crianças foram resgatadas com vida na na noite desta terça-feira (15).

Um homem, não identificado, estava cortando madeira na mata quando avistou os irmãos. Desnutridos, por conta dos dias que passaram sem se alimentar, as crianças foram levadas de barco à sede do município. As buscas pelo Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM) já haviam sido encerradas.

Pelo estado de saúde, as crianças estão internadas no Hospital Regional Hamilton Cidade, na sede do município, e aguardam exames para saber se serão transferidas para Manaus ou não.

Edição: Leonardo Sena

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